Químicos discutem conjuntura econômica, reforma da Previdência e custeio sindical

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29 de junho de 2016

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Dirigentes sindicais dos químicos do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás participaram nesta terça-feira (28) do Encontro Nacional dos Setores Químicos, que lotou o auditório Francisco Dal Prá, na sede da Força RJ, no Centro do Rio. Promovido pela Secretaria Nacional dos Químicos da Força Sindical, com apoio das Federações do Rio de Janeiro e São Paulo e da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Químico (CNTQ), o encontro discutiu as reformas trabalhista e previdenciária, ameaças aos direitos dos trabalhadores e custeio sindical.

Na abertura, o coordenador do evento, o presidente da Ferquimfar-RJ, Isaac Wallace, explicou que estendeu a iniciativa a outras categorias porque as dúvidas e necessidade de melhor se informar sobre a conjuntura atual são de todos os trabalhadores.

O presidente interino da Força RJ, Eusébio Pinto Neto, parabenizou os químicos pela realização do encontro e ressaltou a importância do setor para outros ramos da economia. “Previdência e custeio sindical são temas de relevância e precisamos estar bem informados para nortear nossas lutas”, ressaltou.

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O presidente da Federação dos Químicos de São Paulo e 1º secretário da Força Sindical Nacional, Sérgio Leite, disse que o debate e as avaliações de como vem se movendo o cenário político e econômico são fundamentais para o enfrentamento do desemprego crescente.

Já Herbert Passos, secretário nacional dos Químicos da Força Sindical, salientou que aquela era uma discussão da qual ninguém podia fugir. “Quando não estamos na discussão e bem informados, somos atropelados. Temos que tomar conta do que acontece nas nossas categorias. A NR 13, por exemplo, nos deu a responsabilidade de fiscalizar e até poderes para interditar uma fábrica, encaminhando a denúncia para os órgãos competentes. Hoje, substituímos o Ministério do Trabalho nesse sentido e precisamos fazer cursos de capacitação para sermos auditores. Temos que ser pró ativos e nos empoderar  do nosso papel. Tudo vai depender da nossa capacidade de ir para a base”, enfatizou.

Participaram ainda da mesa de abertura o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Município do Rio, Carlos Antônio de Souza, o secretário geral da Força RJ, David de Souza, a secretária nacional de Políticas para as Mulheres da central, Maria Auxiliadora, o presidente da Federação dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, Sérgio Barbosa Claudino, o presidente da Força SP, Danilo Pereira, o presidente da Força MG, Vandeir Messias e o presidente da Federação dos Químicos do RS, Larri dos Santos, além do mestre de cerimônias, Edson Dias, presidente do Sindicato dos Químicos de Bauru (SP).

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O técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Daniel Ferrer, apresentou a conjuntura econômica e o desempenho setorial, demonstrando que a lógica de receita das empresas saiu do eixo produtivo para a especulação financeira. Após analisar as recentes medidas econômicas, Daniel Ferrer explicou por que a Previdência vem sofrendo tantos ataques (21% do PIB nacional é destinado a aposentadorias e benefícios de Seguridade Social) e disse que o modelo econômico não atende aos interesses do trabalhador.

Confira a íntegra da apresentação aqui.

Já Sérgio Leite trouxe informações sobre as negociações das centrais sindicais em torno da Reforma da Previdência e custeio sindical. “As centrais fizeram uma proposta para a Previdência em torno de quatro eixos: a Previdência não é deficitária e há R$ 300 bilhões que empresas deixaram de pagar; que o agronegócio também contribua com 20%, como os demais setores; que imóveis não utilizados sejam comercializados para gerar receita e que as mudanças relativas à idade mínima ou idade mais tempo de contribuição só vigorem para quem vai entrar no mercado de trabalho”, pontuou o secretário da Força Sindical.

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Serginho disse ainda que as centrais não apoiam mudanças na idade mínima nem a desvinculação das aposentadorias do salário mínimo.

Quanto ao trabalho da Comissão Especial, presidida pelo deputado federal Paulinho da Força, que vem construindo uma proposta de consenso entre trabalhadores, empresários e governo para o custeio sindical, Sérgio Leite informou que a votação é esperada para julho. Apresentou resumidamente a espinha dorsal do projeto de lei e disse que, se aprovado o texto original, até o Conselho de Auto Regulamentação se formar (o que deve levar 180 dias), será a Caixa Econômica que vai administrar os recursos. A proposta é que o Conselho seja formado pelas centrais sindicais e confederações ,  reunindo representantes dos trabalhadores e empresários.

Dirigentes sindicais puderam esclarecer suas dúvidas e chamar a atenção para pontos que consideram fonte de preocupação.

“Acho que o encontro cumpriu seu papel. Foi possível esclarecer dúvidas e discutir o modelo de Previdência que queremos. Não adianta só mexer na idade. Precisamos nos unir e estar mobilizados para as lutas que virão”, afirmou Isaac Wallace.

Participaram ainda do Encontro Nacional dos Setores Químicos, além de químicos, petroquímicos e trabalhadores em perfumaria e artefatos de borracha, metalúrgicos, siderúrgicos, propagandistas, técnicos em segurança do trabalho, empregados em saneamento, construção civil, frentistas, empregados em lotéricas, a advogada Clarissa Costa, entre outros.

 

 

Por Rose Maria, Assessoria de Imprensa

                                                                                         Fotos: Newton Bastos

 

Marcelo Peres

Secretário de Imprensa e Comunicação Força RJ

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