Trabalhadores promovem ato contra a privatização em frente ao edifício sede da CEDAE

Voltar

19 de fevereiro de 2014

Trabalhadores promovem ato contra a privatização em frente ao edifício sede da Cedae

Próximo passo é audiência pública na ALERJ, dia 20 de fevereiro, convocada pela Força RJ

Num ato conjunto, STIPDAENIT (Saneamento Niterói), Sintsama (Saneamento Rio), STAECNON (Saneamento Campos), Senge-RJ (Engenheiros do Estado) e  SINAERJ (Administradores do Estado) reuniram-se em frente ao edifício sede da Cedae, no Centro do Rio, às 18h do dia 13 de fevereiro, para protestar contra a ameaça crescente de privatização da Companhia Estadual e Águas e Esgoto e defender os direitos dos trabalhadores. Com o apoio da Força Sindical, Fenatema e CTB, o ato teve a adesão de trabalhadores de diversos municípios do estado, que reivindicaram Plano de Cargos e Salários (PCCS), progressão de Letras, isonomia e concurso público. O grito que se ouviu nas ruas defendia a Cedae pública, estadual, indivisível e com serviços de qualidade à população.

A luta continua dia 20 de fevereiro, com audiência pública solicitada pela Força RJ à Comissão de Trabalho da Assembleia Legislativa, para discutir os riscos da privatização. O encontro está marcado para as 10h, na Alerj.

Trabalhadores promovem ato contra a privatização em frente ao edifício sede da CedaeParticiparam do ato em frente à Cedae o vice presidente da Força RJ, Marco Antônio Lagos de Vasconcellos, o Marquinho da Força, representando o presidente Francisco Dal Prá, o coordenador da Frente Sindical Trabalhista (FST), Marcelo Peres, dirigentes sindicais e trabalhadores da Cedae e de diversas categorias.

Para o presidente do STIPDAENIT, Francisco Carlos Areias Marins, a Cedae vem sendo sucateada pelo governo estadual desde a gestão de Marcello Alencar (1995-1998). A redução drástica do quadro de funcionários da empresa comprova isso. “Há pouco mais de 20 anos, o Estado do Rio de Janeiro tinha a metade da população que tem hoje e a Cedae tinha treze mil funcionários, que atendiam em tempo real todas as reclamações de seus usuários. O quadro se inverteu e hoje a empresa possui metade deste número, enquanto a população dobrou. A Cedae precisa realizar concurso público e prestar melhor atendimento à população. A privatização só trouxe o caos para o povo carioca, principalmente nos meios de transporte, como as barcas, os trens e o metrô. Na energia elétrica, não é diferente. Se o governo não tem competência para administrar uma empresa como a Cedae, é incompetente para administrar um estado”, afirmou Francisco Marins.

Críticas a Wagner Victer

O deputado estadual Paulo Ramos (PSol), um dos articuladores da audiência pública para discutir a Parceria Público-Privada (PPP) em curso na Cedae, esteve presente ao ato e destacou a força dos trabalhadores, que vem mantendo a empresa ainda pública, apesar da venda de ações e da terceirização de diversos serviços. Para ilustrar como funciona, na prática, um cenário de privatização, o parlamentar comparou o preço da gasolina com o da água engarrafada, comercializada em mercados e outros estabelecimentos. Segundo o parlamentar, a água comercializada é mais cara que o combustível. “Na verdade, parte da água já está privatizada, porque eles fizeram com que o povo não confiasse na potabilidade da água da Cedae”, ressaltou, para depois criticar a administração da Cedae, cujo presidente Wagner Victer foi comparado a um “coveiro”. “O governador é o dono do cemitério; o secretário, o administrador do cemitério; e o presidente da Cedae, o coveiro. Eles não vão conseguir, pois agora estão vivendo uma encruzilhada eleitoral, com o povo está indo para a rua contra o governo”, sintetizou Paulo Ramos.

O vice-presidente da Força Sindical no Rio de Janeiro, Marquinho da Força, denunciou a prática nefasta da Cedae, que faz com que um funcionário realize o trabalho de três ou quatro, evitando outras contratações e explorando o trabalhador ao máximo. “Ele não pode privatizar a empresa até hoje por causa da luta dos sindicatos e da participação dos trabalhadores. Não podemos deixar morrer esse trabalho”, salientou Marquinho.

Para evitar que trabalhadores do edifício-sede ouvissem as propostas discutidas no ato e se interessassem em participar do evento, a direção da empresa encerrou o expediente mais cedo. A entrada principal foi fechada às 18h40, quando o horário normal é 19h.

O ato foi encerrado com uma vaia ao governador Sérgio Cabral e um abraço simbólico na Cedae.

Fonte: Assessoria de Imprensa do STIPDAENIT

Marcelo Peres
Secretaria de Imprensa e Comunicação
Força Sindical do Estado do RJ

FacebookTwitterGoogle+Compartilhar