13 de dezembro de 2013

Entidades ligadas à Construção Civil no município do Rio e à inclusão das mulheres no mercado de trabalho deram o pontapé inicial para fortalecer a presença das profissionais nos canteiros de obras. O I Fórum de Debate Delas Bloco por Bloco, que aconteceu em 4 de dezembro, no Serviço Social da Indústria da Construção do Rio de Janeiro (Seconci-Rio), discutiu temas como preconceito, qualificação e oportunidade por parte das empresas. O encontro, organizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), tem o apoio do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil do Rio de Janeiro (Sintraconst-Rio) e teve como foco, entre outros objetivos, apontar caminhos para o exercício profissional em condições de igualdade com os homens.

“A mulher não está mais na Construção Civil para ser coadjuvante. Já podemos ser protagonistas”, destacou Márcia Cristina Santos da Silva, que está à frente do Departamento Feminino do Sintraconst-Rio. “Ao mesmo tempo, enfrenta-se preconceito de profissionais da administração, que chegam a dizer para a mulher desistir, que trabalho no canteiro é coisa de homem”, completou Márcia, que é a primeira mulher mestre de obra do Brasil.

Também na roda de debate, a Secretária de Políticas para as Mulheres da Cidade do Rio de Janeiro, Ana Rocha, lembrou que o sexo feminino já representa 45% da população economicamente ativa no país. “Mas o trabalho da mulher acaba sendo extensão da casa. Assim, mesmo que elas trabalhem, a ocupação muitas vezes é restrita e reflete as atividades que historicamente fazem em suas residências”, afirmou Ana Rocha.

A secretária sugeriu a adoção de unidades móveis de saúde exclusivas para mulheres em canteiros de obras. “Orientações sobre exame de câncer de mama podem ser dadas nestas unidades”, exemplificou.

O debate ainda contou com a presença de Norma Sá, que expôs o trabalho realizado pelo projeto Mão na Massa, que oferece, em parceria com o Sintraconst-Rio, cursos de capacitação para as mulheres trabalharem no setor da Construção Civil. A professora e feminista Amália Fischer, do Elas Fundo de Investimento Social, também participou do encontro.

Este foi o primeiro fórum sobre o assunto realizado pela CBIC, que vai levar o evento a outras cidades. Do debate, ficaram compromissos das entidades em busca da ampliação do espaço feminino nos canteiros de obra. “Se os homens erguem uma parede mais rápido do que as mulheres, elas fazem esse trabalho sem deixar resíduos, com o acabamento perfeito”, concluiu Norma Sá.

Fonte: Assessoria de Imprensa do Sintraconst-Rio

Marcelo Peres
Secretaria de Imprensa e Comunicação
Força Sindical do Estado do RJ

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