Acidente mata um trabalhador a cada três horas no Brasil

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22 de junho de 2015

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Este ano, a tragédia em campos de trabalho se sucederam. Em fevereiro, nove petroleiros morreram na explosão de uma casa de bombas da Plataforma São Mateus, no Espírito Santo. No mês passado, quatro operários morreram na construção da Usina de Belo Monte, soterrados por toneladas de cimento. No início do mês, dois operários morreram eletrocutados na Usina de Jirau, em Porto Velho, Rondônia, uma das usinas do Rio Madeira.

No Brasil, pelos dados da Previdência Social, morreram 2.797 trabalhadores no Brasil em 2013, um a cada três horas. Nas estatísticas, não entram as mortes de policiais, bombeiros ou militares.

Segundo Letícia Nobre, doutora em Saúde Pública, da Secretaria Estadual de Saúde da Bahia, também há subnotificação no número de mortes de trabalhadores no Brasil. A pesquisa do IBGE não investigou o número de óbitos no trabalho.

MORTE EM SILO DE CIMENTO

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Um indício forte está nos números do Ministério da Saúde. Deborah Malta, diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e promoção da saúde do ministério, diz que houve 139 mil notificações de acidentes de trabalho nos serviços de saúde.

— Mais de 86 mil casos foram fatais ou graves. Um número bastante alto.

No fim do mês passado, o desabamento de um silo com cimento matou três trabalhadores e feriu mais três no sítio Pimental, na Usina hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira, no Pará. Menos de uma semana antes, um outro trabalhador sofrera acidente também num silo, em outra área da usina, na central de cimento de canais e diques. A transferência de cimento dos caminhões para os silos foi o momento de ambos os acidentes. O operário morreu dez dias depois.

— A principal hipótese é que houve sobrepressão na operação de transferência do cimento do caminhão para o silo. A conexão do caminhão ao silo era feita pelo próprio motorista do caminhão, supostamente treinado. Ele foi um dos feridos. Na semana anterior, um filtro do silo se soltou e atingiu o trabalhador — afirmou o procurador do Trabalho de Belém, Faustino Pimenta.

VINTE MORTES NO MADEIRA

O Consórcio Construtor Belo Monte, por email, afirmou que as causas do acidente estão sendo apuradas: “O Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) atende a todas as normas exigidas pela legislação trabalhista, assim como as normas regulamentadoras de cada setor da construção civil pesada no país. OCCBM ficou 13,2 milhões de homem horas trabalhadas sem acidentes com afastamento.”

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Na construção das usinas hidrelétricas de Madeira e Jirau, no Rio Madeira, em Rondônia, já houve 20 mortes desde 2010, de acordo com a Superintendência Regional do Trabalho do Estado. Foram 11 mortes em Jirau, as duas últimas no início do mês. Os operários foram eletrocutados.

Por nota, a Energia Sustentável do Brasil, concessionária da Usina Hidrelétrica Jirau, afirma que “exige o cumprimento de todas as normas e da legislação de segurança do trabalho em todos os seus contratos, bem como mantém fiscalização permanente sobre essas atividades”.

Na Usina de Santo Antônio, foram nove mortes. Também por nota, o Consórcio Construtor Santo Antônio, responsável pelas obras, “informa que a segurança dos trabalhadores é prioridade no exercícios de suas atividades e que realizou 5248 mil horas de treinamento.”

Fonte: O Globo

Marcelo Peres
Secretaria de Imprensa e Comunicação
Força Sindical do Estado do RJ

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